segunda-feira, 30 de abril de 2012

Oto se encantou por Odete

Oto disse que era bonita
que era bonita, que era bonita
Odete disse que a lembrasse do céu
Oto respondeu que gostava de ficar com ela
(já que gosta de ficar comigo,
porque não convida pra fumar um pito?)

Oto falou que morava encostado no sebo, na rua... aquela que curva
Odete naquela ruazinha feia, na última vez ali com Omero,
mediu odisséias para cada palavra em método gasto de receio,
como aquelas palavras do sebo.

Com Oto se sentia em casa,
Com Oto palavras, nunca meias.

Oto e Odete pela rua sete,
nariz beliscando pele
boca fecha mostra olho
Como na receita, o mesmo gesto
Oto com ar de quem era do todo
e de Odete,
ao mesmo tempo em que era leve, livre
dela
e do resto.

devagarinhas

É de uma pressa deliciosa que não sei de onde vem
e ao mesmo tempo de um carinho imenso
por ele, o tempo

um zelo que de tempos em tempos não há
por que nessas horas é preciso querer, querer - pra (des) equilibrar

pobre do tempo, morro de dó
condenado a prever sem porquê de acabou

é direção - o primeiro culpado
acham que é dinheiro
o pobre do tempo, 
coitado