domingo, 16 de outubro de 2011

faça o meu amor

ei, você
deixa o meu amor pintar a tela
deixa pingar, suar, sair
pra fora dela
mudar de cor
do vermelho para o azul


pára e captura o instante nu

virou fotografia amarela
de longo tempo
contínuo e seco
ambíguo, incerto
do lado de dentro
da janela


com desfoque emocional
pela aérea retina
fuga de qualquer carnaval
vão as cores, vai embora
fecha a cortina
ainda não é hora
do amor e do vento entrar
no quintal quero apenas
o som das flores e folhas 
a girar


volta
por que a tela
de tão bela
ganhou moldura
cuida
e não deixa a exposição de domingo 
passar

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